Efeitos da emasculação: a apatia

Segue abaixo uma tendência que retrata a crescente apatia e falta de direção da geração de homens atuais: o aumento da proporção de rapazes que seguem a vida adulta na casa dos pais, sem trabalhar e nem estudar:

Cresce número de homens que não trabalham nem estudam, diz Ipea
DENISE LUNA, Fonte: Folha

O número de homens jovens que nem trabalham nem estudam está aumentando no país, enquanto ocorre o inverso entre mulheres da mesma idade. Os dados são do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

De 2000 a 2010, o número de homens jovens que não trabalhavam nem estudavam aumentou em 1,107 milhão.

Já o número de mulheres na mesma situação caiu 398 mil, segundo Ana Amélia Camargo, técnica de planejamento e pesquisa da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Ipea.
Ela levou em consideração a definição de população jovem entre 15 e 29 anos, de acordo com a Secretaria Nacional da Juventude.

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Segundo Ana, as mulheres ainda são maioria entre os jovens "nem-nem", porém menos que no passado.

Em 2000, 6,4 milhões de jovens mulheres estavam nessa categoria, e hoje são 6 milhões. Já os homens jovens "nem-nem" passaram de 1,8 milhão para 2,9 milhões.

"A maioria ainda é formada por mulheres que casaram e já tiveram filhos", afirmou.

Levando em conta dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2001 a 2011, no universo dos jovens que não trabalham nem estudam, as mulheres apresentavam escolaridade média de 8,03 anos em 2011, ante 6,01 anos em 2000, enquanto os homens registravam 6,95 anos de estudo em 2011 e 5,33 em 2000.

Os homens jovens que estudam e trabalham registravam escolaridade de 8,76 anos (2000) e 9,87 (2011) e as mulheres de 9,81 e 10,94.

O estudo apontou ainda que a maioria dos jovens que não estudam e não trabalham é apoiada pela família e mora em domicílios de baixa renda, nos quais o chefe da família tem idade média de 40 anos e baixa escolaridade.

No caso dos homens, a maioria dos "nem-nem" é formada por filhos. No das mulheres, cônjuges.

Quais são os motivos de tanto comodismo e apatia? Vejamos:



Conveniência

Vivemos numa sociedade que valoriza o conforto e a lei do menor esforço. As pessoas aprendem, por exemplo, que é mais cômodo pagar para alguém lhe trazer a pizza em casa do que sair pra comer uma pizza fora, ou melhor, fazê-la VOCÊ MESMO; que é mais cômodo parcelar as compras no débito automático em vez de esperar ter dinheiro para  pagá-las à vista no balcão, mesmo sabendo que os juros irão lhe comer um bom dinheiro; que é mais cômodo ir falar com os amigos no chat do Facebook em vez de combinarem de se falarem por telefone ou até saírem juntos; e assim, à medida que as pessoas vão ficando cada vez mais preguiçosas, cresce o número de serviços e empresas dispostas a atender quem está disposto a pagar pelo conforto de alguém fazer as tarefas mais estúpidas para ela.

Mas o custo por essa conveniência não é apenas monetário. Pessoas acomodadas se tornam mais dependentes, mais burras e mais inúteis e, por não exercerem seu papel funcional, estarão sujeitas a problemas de saúde física e mental em longo prazo. Não é por acaso que o mantra da Manhood Academy é: “A conveniência é sua inimiga”.

Passividade

Cada vez mais homens pensam que é melhor ficar onde está e se contentar com o que tem, em vez de serem ousados para sacrificar o que se tem hoje para conseguir o dobro amanhã. Você já deve ter visto em uma novela qualquer casos em que um homem falava pra sua mulher que ele estava pra fazer uma grande mudança e ela era a primeira a expressar resistência. Você até já deve ter sido dissuadido por sua mãe de fazer algo que queria muito fazer. Em ambos os casos a mensagem é clara: entre a segurança de uma rotina certa e a expectativa não tão segura de algo bem melhor no futuro, fique com a primeira. Só que a primeira opção nem sempre é a melhor escolha, a que lhe proporcionará maior satisfação e realização...

É o que acontece com filhos criados por mães solteiras. Sem um referencial masculino apropriado para lhe inspirar, o homem fica à mercê das expectativas de segurança da mãe e, com isso, seu instinto ousado e criativo termina sufocado. Ele se torna um cara passivo que espera as coisas acontecerem para ele.

Homens que permanecem em casa após entrarem na vida adulta, por exemplo, não sabem cozinhar, não sabem arrumar as próprias coisas e não pagam contas; enfim, continuam vivendo como se fossem moleques de 16 anos. Esses caras não têm nenhuma noção de que, sem responsabilidades, eles jamais aprenderão a criar ordem na própria vida e, por consequência, terem autoridade – o componente essencial para a atratividade do homem a uma mulher.

Irresponsabilidade

Este é um problema crônico na sociedade, e talvez o mais nocivo de todos. Ninguém mais se sente responsável pelas coisas que diz ou que faz; ninguém mais procura assumir, na pratica, as responsabilidades que lhes são assumidas. 

Tome como exemplo filhos que são dopados pelos pais com Ritalina: primeiro, os pais transferem a responsabilidade de cuidar dos filhos para as escolas; as escolas a transferem de volta aos pais; que, por sua vez, transferem ao médico; e o médico dá a tarefa ao remédio. É uma sucessão de transferência de responsabilidades que, em longo prazo, traz consequências nefastas para a sociedade: no caso dos filhos dopados e malcriados, a polícia é que acaba tendo que cuidar deles no fim de tudo... Ei, parece que já estamos vivendo esta realidade!

Passividade e irresponsabilidade andam juntas. Isso porque pessoas passivas, por não terem INICIATIVA, por não se VOLUNTARIAREM a transformar seu meio, jamais assumem a responsabilidade por algo e naturalmente não se sentem responsáveis pelo caos que está a sua vida e a dos outros. Enquanto pessoas ativas assumem as consequências e lidam com as adversidades, as pessoas passivas só reclamam, e quando lhes são sugeridas soluções, elas correm e se escondem. Observe como pessoas passivas só falam de problemas e nunca de soluções; elas na verdade têm é MEDO de exporem sua mentalidade infantil à apreciação pública.

Cabe a você, como homem, o papel de colocar a sociedade de volta aos eixos. Para isso, você não precisa fazer algo necessariamente grande; basta começar a criar ordem em sua própria vida. Os princípios reunidos no nosso livro já são o ponto de partida para isso. Uma vez tomando conhecimento deles, passa a ser obrigação moral sua transformar sua própria vida e seus hábitos, para que você possa orientar e guiar a vida de outras pessoas ao seu redor exercendo sua autoridade. 

Lembre-se, o seu poder de homem começa quando você assume responsabilidades. Comece aprendendo a ser responsável por si mesmo para não permanecer, ou virar mais um apático nem-nem.