Jessica Olien, 23 de agosto de 2013. Fonte: Slate Magazine
No inverno, eu me mudei de Nova York para Portland, Oregon. As razões para a minha mudança eram puramente lógicas: Nova York era caro e estressante; e Portland, pensei, me ofereceria o espaço e tempo necessários para fazer meus trabalhos.
Ao chegar, eu aluguei uma casa e, felizmente, saí em busca dos "meus amigos". Fui a parques, livrarias, bares e encontros. Até tentei jogar golfe. Não é que eu não conheci pessoas. Eu conheci. Só que eu não senti nenhuma conexão com eles.Pra quem já foi social e otimista, me tornei triste e levemente paranóica. Eu sabia que precisava me conectar com pessoas para me sentir melhor, mas eu sentia como se eu fisicamente não pudesse lidar com mais interações vazias. Acordei no meio de uma noite em pânico. À tarde, a solidão vinha em ondas como uma febre . Eu não tinha idéia de como corrigir isso.
Sentindo-me incerta, comecei a pesquisar sobre solidão e me deparei com vários estudos recentes e alarmantes: a solidão não está apenas nos fazendo mal, ela está nos matando. A solidão é um grave risco para a saúde. Estudos sobre isolamento social com pessoas idosas concluíram que aquelas sem interação social adequada tinham duas vezes mais chances de morrer prematuramente. O aumento do risco de mortalidade é comparável à do cigarro. E duas vezes mais perigosa que a obesidade.
O isolamento social prejudica a função imunológica e traz mais inflamações, o que pode levar à artrite, ao diabetes tipo II , e a doenças cardíacas. A solidão está quebrando nossos corações, mas como cultura,nós raramente falamos sobre isso.
A solidão dobrou: quarenta por cento dos adultos em duas pesquisas recentes disseram que estavam sós, bem acima dos vinte por cento nos anos 80.
Em uma sociedade que te julga com base no quão expansivo suas redes sociais parecem estar, a solidão é difícil de se confessar. Parece vergonhoso.
Cerca de uma década atrás, a minha mãe estava no processo de se divorciar do meu padrasto. Solitária e desesperada por conexões, ela ligou para um primo com quem ela não tinha falado por vários anos. No telefone, ele foi irônico: "Você não tem amigos?"
Enquanto lidava com minha própria solidão em Portland, muitas vezes eu me pegava pensando : "Se eu fosse uma pessoa melhor eu não estaria sozinha."
"Admitir que você está sozinho é como ter um grande P* gravado em sua testa", diz John T. Cacioppo , da Universidade de Chicago, que estuda como a solidão eo isolamento social afetam a saúde das pessoas.
Ele admitiu que em uma vez, num avião, ele ficou profundamente envergonhado ao segurar uma cópia de seu próprio livro, que tinha a palavra "solidão" estampada na capa. Ele teve o impulso de virar a capa de cabeça para baixo para que as pessoas não pudessem vê-lo. "Pela primeira vez eu tinha experimentado a sensação de estar sozinho e todo mundo ficar sabendo isso", disse ele.
Depois que o público soube da tentativa de suicídio de Stephen Fry no ano passado, o aclamado ator britânico escreveu um blog sobre sua luta contra a depressão. Ele citou a solidão como a pior parte de sua aflição:
"Solitário? Eu recebo convites pelo correio quase todos os dias. Ficarei no camarote real em Wimbledon e eu tenho ofertas sérias e generosas de amigos me pedindo para ir com eles ao sul da França, Itália, Sicília , África do Sul , Columbia Britânica e Estados Unidos neste verão. Tenho dois meses para começar um livro antes de eu ir para a Broadway para uma corrida de Noite de Reis lá.
No fim, a solidão é o mais terrível e contraditório dos meus problemas. "
Eu posso ler a última frase e ver que, sendo bipolar ou não, se estou em tratamento e não realmente deprimido, por que merda eu tenho que me sentir solitário, infeliz, ou abandonado ? Eu não tenho o direito disso. Mas por outro lado, eu não tenho o direito de não ter esses sentimentos. Sentimentos não são algo que pessoas devam ter o direito de tê-los ou não.
Em termos de interações humanas, o número de pessoas que conhecemos não é a melhor medida. Para sermos satisfeitos socialmente, não precisamos de tantas pessoas. De acordo com Cacioppo, a chave é a qualidade, não a quantidade dessas pessoas. Nós só precisamos de algumas pessoas nas quais podemos confiar, e que confiam em nós também.
Como cultura, nos obcecamos em criar estratégias para prevenir a obesidade. Fornecemos recursos para ajudar as pessoas a parar de fumar. Mas eu nunca tive um médico que me perguntasse quantas interações sociais de significado eu estava tendo. E mesmo se perguntasse, não é como haver uma receita para interações sociais de significado.
A Dinamarca e Grã-Bretanha estão a dedicar mais tempo e energia para encontrar soluções e desenvolvendo intervenções para pessoas solitárias, especialmente as idosas .
Quando estamos sós, perdemos o controle do impulso e nos envolvemos no que os cientistas chamam de "evasão social." Tornamo-nos menos preocupados com as interações e mais preocupados com a autopreservação, assim com estava eu quando não podia sequer imaginar tentar falar com outro ser humano .
E uma das razões que evitamos discutir a solidão é que corrigi-lo , obviamente, não é uma tarefa simples.
Legenda:
* “(...)is like holding a big L up on your forehead,” - provavelmente, L se refere a loser, "perdedor" em inglês.
--------------------------
Comece a investir já na qualidade dos seus relacionamentos.
O texto me veio em boa hora, porque recentemente me sinto assim, meio sem conexões ou conexões fracas com a sociedade. E não é nem porque eu não quero, é porque não consigo mesmo que fizesse. Por enquanto, sou mediano, pobre feio, não me aceito como sou, e diferentemente da maioria dos outros medianos, não sou como que invisível. As pessoas me percebem com facilidade, mas apenas para repudiar, humilhar, desprezar. Tenho um sinal no rosto e causa-me constrangimentos. As patricinhas bonitas do colégio são as que mais gostam de me humilhar/desprezar com palavras, com olhar de nojo, com repulsa.
ResponderExcluirNão sei ao certo o que isso significa para mim, mas é quase como se algo terrível estivesse sendo gestado. Lentamente.
As pessoas do meu círculo social não me respeitam e nem eu faço questão de ter o respeito delas. Aliás, um beta mediano sempre é tratado como lixo nessa sociedade. Um beta mediano e feio um pouco mais.
E isso enfraquece minhas conexões afetivas para com o próximo. Tenho que criar outras, em outros cantos, em outros círculos, muitas vezes, para não se tornar psicopata.
As vezes me sinto normal, apesar de tudo, e dá para levar. Sei que vou juntar um capital pra resolver minha estética. As vezes, a humilhação e a repulsa que enfrento me vem lembrar que nem eu me aceito como sou. E que sou sozinho, estou sozinho, melhor dizendo. Meu olhar revela solidão.
Eu já li o Manhood e sei na teoria como construir amizades. Na prática, a beleza é fundamental e uma pessoa como eu é vilipendiada sem cerimônia. O que eu tenho a oferecer sendo pobre, sem grana?
Se engana quem acha que estou me vitimizando. É a Real, e cabe a mim me desenvolver, enriquecer o quanto antes é o que eu pretendo. Uma casa, dois carros, e esfregar meu aporte financeiro na cara de quem nunca me deu valor só para dar o gostinho, e, então, me mudar para outro bairro. Porque uma vez beta, as pessoas sempre te veem assim, apesar das conquistas. É diferente você se tornar destacado e você começar destacado. Em outro bairro eu vou começar como alfa destacado, que é o certo.
Até lá é uma sina que vou ter que suportar até resolver a estética e então ser mediano normal "como invisível" e em seguida alfa destacado que é o objetivo. E preciso escoar as emoções negativas, negar os pensamentos contra a sociedade, contra as pessoas. É difícil, mas é o certo; as pessoas não tem culpa, as vezes a vida é assim, fode com uns e facilita com outros.
As pessoas do meu círculo social não me respeitam e nem eu faço questão de ter o respeito delas. Aliás, um beta mediano sempre é tratado como lixo nessa sociedade.
ExcluirSei que vou juntar um capital pra resolver minha estética.
Enriquecer o quanto antes é o que eu pretendo. Uma casa, dois carros, e esfregar meu aporte financeiro na cara de quem nunca me deu valor só para dar o gostinho, e, então, me mudar para outro bairro. Porque uma vez beta, as pessoas sempre te veem assim, apesar das conquistas. É diferente você se tornar destacado e você começar destacado.
Se você pensa assim, achando que a sociedade é uma pirâmide de "betas e destacados" e que o dinheiro vai resolver seus problemas pessoais, e desejar se "vingar" de quem te desprezou, você está ERRADO.
Eu, além de ter lido os Princípios, estou treinando a me livrar dessas fantasias na própria Manhood Academy, e então posso te falar por horas sobre o quanto isso é fantasioso.
Mas pelo menos esse desabafo é uma revelação. Quero te conhecer pra te ajudar um pouco, até onde sei. Mande um alô para o jprstfan@yahoo.ca, pra gente combinar um esquema de se falar por chat no zoom sexta-feira, 20h30.
Eu tenho um diário social em que relato meu histórico socioemocional desde o início do ano. No segundo semestre eu passei a escrever só os casos mais significativos.
ExcluirRelendo algumas coisas aqui, vejo que evolui muito desde o início do ano em que era socialmente passivo/submisso. Hoje o que persiste, entretanto, são os problemas psiocossociais do constragimento que me fazem passar e que me limitam de usar todas as minhas habilidades e competências sociais. Aí você vai dizer que não é bem assim, que são minhas desculpas e pretextos, etc. Mas é assim que eu vejo a sociedade, uma pirâmide de betas e destacados.
Eu não estou normalmente online as 20 e meia, a não ser no smartphone. Mas, como empreendedor, aprendi a ser otimista e pegar todas as oportunidades, e como tenho uma atividade para entregar até sexta, queria entender seu ponto de vista, arrumo uma lan, 40 min, mas não garanto que tenha webcam, tudo bem para você?
Eu já fui numa psicóloga uma vez e foi aquele papo politicamente correto "isso é só um por cento e não te define completamente bla bla bla".
É só me informar uma hora que esteja disponível pra conversar. Pode responder pelo Google Plus, eu tenho você lá.
ExcluirUm estudo recente de usuários do Facebook descobriu que a quantidade de tempo que você gasta na rede social é inversamente proporcional ao quão feliz você se sente ao longo do dia. Fato, vejo muita gente que não tem um amigo direito e no facebook é o rei da codada preta; tem umas minas também que postam o quanto são felizes, resenhas e bem resolvidas, quando vejo isso já sei que são pessoas que condicionam sua felicidade a aprovação alheia. Não importa o que são, mas as pessoas pensarem que elas são felizes.
ResponderExcluirExiste muitas pessoas falsas que dizem ser seus amigos, mas a maioria só procura sua pessoa pra conseguir algo, ex: sair na balada pra conhecer alguém, e quando consegue esquece sua amizade... que te joga pra solidão é isso saber que tem amigos ou pessoas conhecidas que não da pra confiar. Saber que existe um bando de gente chata e falsa isso vai matando a alma.
ResponderExcluirPessoas "falsas" não devem ser desculpa pra evitar se socializar. As pessoas só reclamam da falsidade das outras quando são passivas e deixam as outras pessoas se aproveitarem dela. Pessoas ativas põem pessoas falsas na linha.
ExcluirEu estou assim também cara.Comecei a me focar muito no vestibular esse ano e larguei os "amigos" porque eles eram muito infantis e parecem que querem levar a gente para baixo.Depois de conhecer a real (essa página é da real né?) eu cortei todos os laços de amizades com mulheres,para mim elas só servem para sexo,porém como o cara ali em cima falou,sendo beta é difícil mesmo.Também sou pobre,por isso não estabeleço muitos vínculos de amizade,principalmente no colégio,é incompatível...Eu me considero um cara bonito mas isso não ajuda muita coisa.Não sei o que fazer,se antes eu já não tinha muitos amigos,agora é que eu não tenho mesmo.Tenho 17 anos e só fiquei com duas meninas na minha vida,isso a três anos atrás.Como estou só estudando,sou sustentado pelos meus pais e dependo deles para tudo,nem costumo sair muito até porque dependo do dinheiro deles.Mas o caminho é seguir em frente,eu tenho um objetivo e sei que tudo isso valerá apena,só tenho que manter o foco nos estudos,não sei o que está me atrapalhando se é porque eu tenho um pouco de tdah (transtorno de atenção) ou por essa falta de interação social.
ResponderExcluirDe qualquer maneira eu vou entrar na academia no final desse mês,cuidar mais do físico e interagir um pouco kkkkk
Uma vida eremítica na oração não é algo nada mau...
ResponderExcluirBasta arrumar algo para se entreter, e adeus, solidão!
Se você pensa assim, achando que a sociedade é uma pirâmide de "betas e destacados" e que o dinheiro vai resolver seus problemas pessoais(...)
ResponderExcluirEu, além de ter lido os Princípios, estou treinando a me livrar dessas fantasias na própria Manhood Academy, e então posso te falar por horas sobre o quanto isso é fantasioso.
Poderia falar sobre isso? Estou neurotico com esse lance de alfa e beta! estou cansado, na quer esperar ter 40 cm de braço para viver!
Sábado e domingo eu fui fazer o enem e aquele montão de gatinhas e gente de classe média, mais bonita na frente do colégio, conversando, se enturmando. Eu não conseguiria ficar ali não, me sentiria incomodado em chamar atenção por ser feio (na verdade nem sou tão feio, mas é aquela característica que fale, que quero tirar). Me explique se homens são visuais classificar as mulheres, elas também são para classificar os homens e só dão bola pros bonitos, cafas, sociáveis, extrovertidos. Eu tenho que me superar e levantar barganha pra começar a curtir as relações sociais, aproveitando do privilégio de ser destacado e ter cargas d'agua de gatinhas pagando pau pra tudo que eu disser, mesmo que não tenha graça.
ResponderExcluira maioria tem medo da solidão, mas um black metaller misantropo como eu, é forte o suficiente pra suportar a solidão(como o grande mestre filosofo schopenhauer suportava com muiot menos tecnologia do que eu).
ResponderExcluireu odeio a humanidade, todo circulo social tem psicopata, hoje em dia estou numa guerra total contra quem andava comigo que é psicopata e quer me matar e ainda mora aqui no condominio.
ser solitário é para os fortes, nÃO acho que vou ficar doente por causa disso. eu vivo no meu próprio mundo, o mundo do metal extremo underground(mesmo que eu não frequente shows), eu ouço o black metal como forma de mantém meu orgulho e ódio pela humanidade, minha misnatropia e minha força de vontade pra continuar em frente com minha solidão.